
Do caixa à estratégia: PMEs usam dados de despesas para planejar crescimento com mais segurança
2 de setembro de 2025O impacto da IA no trabalho: 50% dos profissionais já usam IA no trabalho; no RH, tecnologia transforma o recrutamento e seleção.
O uso de inteligência artificial (IA) já faz parte da rotina de metade dos trabalhadores brasileiros. De acordo com levantamento da PwC Brasil, cerca de 50% dos profissionais utilizam a tecnologia em atividades pontuais, como atendimento ao cliente, geração de relatórios e produção de conteúdo. Mas, quando o foco é o setor de Recursos Humanos, a atuação da IA vai além, ela já influencia diretamente os processos de recrutamento e seleção.
Ferramentas automatizadas filtram currículos, analisam perfis com base em dados públicos e apontam os candidatos mais compatíveis com cada vaga. O objetivo é claro, reduzir o tempo de contratação, melhorar a assertividade e aumentar a eficiência. No entanto, essa evolução também traz uma pergunta urgente, como preservar a dimensão humana de uma área tradicionalmente marcada pela escuta ativa, sensibilidade e construção de relacionamentos?
Segundo o relatório “O Futuro do Trabalho”, da IBM, 64% das empresas no Brasil já implementam IA em diferentes processos internos. No RH, mais de 70% dos líderes relatam dificuldades para manter a personalização no contato com colaboradores em meio à automação. Isso mostra que o papel do profissional de RH continua essencial, mas precisa se adaptar rapidamente à nova lógica de trabalho.
Tecnologia como apoio, não substituição
A inteligência artificial no RH atua principalmente nos bastidores. Ela ajuda a identificar padrões de comportamento, prever compatibilidades culturais e reduzir vieses inconscientes em processos seletivos, desde que bem calibrada. No entanto, o toque humano segue insubstituível nas etapas mais sensíveis, conversas, alinhamento de expectativas, acolhimento e feedbacks construtivos.
A automação pode até filtrar currículos com mais rapidez, mas não consegue, por si só, avaliar aspectos subjetivos como propósito, empatia, resiliência ou fit com o time. Por isso, a atuação do RH se fortalece como ponto de equilíbrio entre análise de dados e intuição profissional, integrando inteligência emocional às decisões estratégicas.
RH como protagonista na era da IA
O avanço da IA nos ambientes de trabalho amplia a responsabilidade do RH. Além de liderar processos seletivos mais ágeis e diversos, o setor também passa a ter um papel educativo, preparar colaboradores para o uso ético e consciente dessas tecnologias, reduzir o medo da substituição e estimular a adaptação constante.
Desafios éticos e novas competências
Outro ponto relevante está relacionado ao uso ético dos algoritmos. Estudos da McKinsey alertam que sistemas baseados em dados históricos podem perpetuar vieses inconscientes, afetando negativamente a diversidade e a equidade nas contratações. Cabe ao RH garantir que as ferramentas sejam auditáveis, transparentes e utilizadas de forma responsável.
A formação técnica também ganha importância. Relatórios da Mercer apontam que mais da metade das empresas brasileiras estão investindo na capacitação dos times de RH para operar ferramentas de automação com responsabilidade e segurança. Esse movimento não exige que todos sejam especialistas em tecnologia, mas que compreendam suas limitações e aplicações corretas.
O cenário atual não representa uma substituição dos profissionais humanos por sistemas automatizados. O que se observa é uma reformulação de papéis. O RH continua sendo essencial, agora mais orientado por dados, mas com o mesmo compromisso de sempre.