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28 de setembro de 2020A história do marketing é tão antiga quanto a própria história da civilização.
É claro que há milhares de anos o marketing funcionava de outras maneiras e a atividade nem era conhecida por esse nome. Mas o fato é que desde que surgiram as primeiras relações comerciais, o homem entendeu que, sem uma boa dose de persuasão, dificilmente, ele atingiria seus objetivos.
A origem do marketing como conceito não tem uma data definida, mas em torno dos anos 1940 foram publicados artigos que já tratavam das bases desse conceito, como o estudo do americano Walter Scott sobre a influência da psicologia na propaganda e o artigo sobre as “leis de gravitação do varejo”, de William J.Reilly.
“Qualquer cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto”, disse o empresário Henry Ford no começo do século XX, na era que, depois, ganharia o nome de “fordismo”.
Os carros deveriam ser pretos porque era a tinta mais barata e que secava mais facilmente.
Parece absurdo para você?
Mas era bem essa a mentalidade que permeava o modelo de produção pós-Revolução Industrial.
E embora seja difícil especificar quando surgiu o marketing, é consenso entre muitos estudiosos que a Revolução Industrial transformou a forma de praticar a atividade.
O que é marketing?
Marketing é a arte de explorar, criar e entregar valor para satisfazer as necessidades do mercado por meio de produtos ou serviços que possam interessar aos consumidores. A finalidade do marketing é criar valor e chamar a atenção do cliente, gerando relacionamentos lucrativos para ambas as partes.
O marketing está presente nas nossas vidas muito mais do que imaginamos. Faça uma caminhada pelas ruas da cidade, uma busca no Google, ligue a televisão ou o rádio, abra um jornal e você será impactado por alguma ação de marketing.
Voltando ao conceito de marketing, um dos teóricos mais renomados da área, o norte-americano Philip Kotler, diz que:
“Marketing é a ciência e arte de explorar, criar e proporcionar valor para satisfazer necessidades de um público-alvo com rendibilidade.”
Difícil conceituar algo tão amplo em poucas palavras, não é mesmo? Vamos trazer então outro conceito, da American Marketing Association (AMA), que defende que a definição de marketing está sofrendo algumas alterações. Segundo a AMA:
“Marketing é a atividade, conjunto de instituições e processos para criar, comunicar, entregar e oferecer trocas com valor para os consumidores, clientes, parceiros e sociedade em geral.”
Mais amplo, não é mesmo? Isso mostra que o universo do marketing é vasto e compreende não só o ato de vender seu produto ou serviço, mas tudo que diz respeito a planejamento, pesquisa e posicionamento de mercado, por exemplo. Ou seja, pode-se dizer que o marketing é como uma balança entre o que o cliente quer e o os objetivos da empresa. Afinal, um bom marketing precisa gerar valor para ambas as partes: para a empresa e para o consumidor.
Vale falar que marketing é uma palavra do idioma inglês, sendo derivada de market (mercado). Por isso, o marketing é muito além de vender um produto ou serviço e engloba também outras atividades relacionadas ao mercado.
Como surgiu e qual a origem do Marketing
Você deve se lembrar de ter aprendido, na escola, que Gutenberg inventou a prensa tipográfica em 1450.
Essa invenção revolucionou a comunicação humana, já que, pela primeira vez, era possível produzir textos em massa e distribuí-los a mais pessoas. Afinal, antes disso, todos os textos tinham que ser escritos à mão.
Vale a pena ressaltar que, antes da prensa, até saber ler era um privilégio de poucos. Como a circulação de livros era muito limitada, a maioria das pessoas jamais tinha contato com a linguagem escrita.
Essa limitação também afetava a educação e acesso à informação. Desta forma, a prensa afetou a sociedade profundamente!
Foi a prensa de Gutenberg, portanto, que impulsionou o surgimento dos primeiros anúncios impressos, que era a forma mais elaborada de Marketing nesse período.
Em tempos em que a concorrência era mínima, as mercadorias eram vendidas a baixo custo e aos montes, e os consumidores eram meros receptores de um bombardeamento em massa de propaganda.
Os clientes não tinham, portanto, qualquer poder de barganha.
Após a Revolução Industrial, tudo o que era produzido era vendido.
Ora, com a demanda maior do que a oferta, as empresas não estavam muito preocupadas nem com a qualidade do que era vendido e tampouco com as exigências dos seus clientes.
As guerras impulsionaram o marketing
Depois da Segunda Guerra Mundial, a concorrência crescia cada vez mais e os produtos antes vendidos em larga escala passaram a ser estocados.
O foco das empresas, em vez de produção em massa, passou, então, a se direcionar às vendas.
E foi para ajudar nesse processo que o marketing entrou com maior expressividade.
Era preciso vender a qualquer custo, e os grandes aliados para isso eram os outdoors, os jornais, as revistas, passando pelo rádio com a primeira transmissão em 1920, e a televisão, que, a partir de 1940, levou o marketing mundial para um outro nível.
No Brasil dos anos 50, vivíamos um período de grande aceleração econômica e industrial.
E é a partir dessa década que começo uma linha do tempo com as principais características do marketing para cada fase da história.
O marketing nos anos 50
Década que marca o começo do marketing no Brasil.
Era um período de industrialização e de grandes mudanças tecnológicas marcadas pelo governo de Juscelino Kubistchek.
A televisão acabava de chegar no país, ainda dominado pelos jornais, revistas e rádios em termos de publicidade.
O marketing, porém, era totalmente focado nas vendas e incipiente: grande parte da população brasileira ainda vivia nos campos.
Essa também é a década em que começam os primeiros estudos sobre marketing nas universidades brasileiras.
O marketing nos anos 60
Pela primeira vez, as marcas começavam a apresentar departamentos de marketing mais sofisticados, preocupados em desenvolver estratégias de produção.
Entre elas, a preocupação com o que produzir, onde vender, por qual valor e de que forma anunciar o produto para o consumidor.
No Brasil, grandes empresas multinacionais, como Nestlé, Gessy-Lever, Gillette, Refinações de Milho Brasil e Anakol passaram a organizar suas áreas comerciais em função do marketing, e não das vendas.
É nessa década que surgem também os maiores estudiosos do marketing com conceitos que revolucionariam a forma de praticar a atividade.
O professor Theodore Levitt publica na revista Harvard Business o artigo “Miopia em Marketing”, mostrando, pela primeira vez, a clara preocupação com os clientes.
É também a década em que Philip Kotler lança a primeira edição de seu livro “Administração de Marketing”.
No Brasil, a população urbana finalmente ultrapassa a rural, dando vida a um novo tipo de consumidor.
O marketing nos anos 70
Nesta fase, temos um marketing ainda mais consolidado e um cliente mais exigente.
No Brasil, era tempo de “milagre econômico”, e o consumidor começa a se conscientizar melhor sobre preço e qualidade dos produtos.
Logo, o marketing deixa de ser uma opção e se torna uma questão de sobrevivência.
Ele passa, então, a ser estratégia essencial não só para as empresas, como também para governos, organizações e até entidades religiosas.
Surgem as definições de público-alvo e as primeiras segmentações de mercado.
O marketing nos anos 80
Mundialmente, os anos 80 foram marcados pelas disputas acirradas entre as empresas – uma verdadeira “guerra de marketing” pela atenção do consumidor.
Com os clientes ainda mais exigentes e concorrência nas alturas, os times de vendas das organizações passaram a ter que atingir metas para sobreviver.
É o Marketing 2.0 surgindo na Era da Informação, cada vez mais orientado para as necessidades do consumidor.
Essa também é a década conhecida por lançar os “gurus do marketing”, levando o conhecimento sobre a atividade para as massas, além de pequenas e médias empresas.
No Brasil, porém, os tempos eram difíceis para o marketing: alta inflação, salários congelados e recessão diminuíram o poder de compra dos consumidores.
O marketing nos anos 90
É o “boom” da internet e o começo de um mundo globalizado que mudaria a forma de fazer marketing para sempre.
Surgem os blogs, os e-mails, algumas redes sociais e buscadores.
As empresas começaram então a dar os primeiros passos em marketing digital, estreando nas técnicas de SEO, produzindo conteúdo para a web e investindo em links patrocinados.
A sociedade também passou a despertar para a necessidade de cuidar do meio ambiente e do planeta de maneira geral.
Surge, então, um mercado focado em valores – é o marketing 3.0.
O marketing nos anos 2000
A virada do século também veio acompanhada de grandes transformações.
O cliente não só deixou de comprar apenas por necessidade, como também já não dava tanta importância aos preços dos produtos, contanto que tivessem a utilidade esperada.
São tempos de popularização da telefonia celular, democratização da internet em larga escala, multiplicação dos e-commerces e amadurecimento da World Wide Web.
As redes sociais também ganham mais força, principalmente com a chegada do Facebook.
Surgem ainda novas estratégias de publicidade, lançando a possibilidade de os usuários anunciarem na plataforma.
O marketing nos anos 2010
Com foco no ser humano, a primeira década de um novo milênio inaugura uma nova forma de fazer marketing.
Com a ideia de que um cliente satisfeito é o melhor advogado que uma marca pode ter, a preocupação agora era priorizar toda a jornada do consumidor: é o marketing 4.0.
Isso porque as redes sociais estão mais fortes do que nunca, com bilhões de usuários acompanhando tudo o que acontece no mercado em seus smartphones com a facilidade de um toque.
Eles têm nas mãos um universo de opções, podendo a todo tempo comparar preços e qualidade entre as marcas.
Também por isso, as empresas veem na web e nas redes sociais a oportunidade de se aproximar dos clientes, horizontalizando o relacionamento como nunca antes na história.
Logo, não é de se admirar que as empresas que não possuem uma vantagem competitiva acabam abreviando a sua continuidade no mercado.
O profissional de marketing
O profissional de marketing tem como principal função usar seus conhecimentos para aumentar as vendas de um produto ou serviço. Nesse trabalho estão incluídas a criação de estratégias que tornem o que a sua empresa oferece mais atrativo para o público.
Outra responsabilidade do profissional de marketing é tornar a empresa uma referência em seu mercado de atuação, o que pode ser feito analisando o segmento e o comportamento do público-alvo.
Quando se fala em contratar um bom profissional de marketing, características que costumam ser listadas são criatividade, boa comunicação, visão estratégica e conhecimento das novas tendências. Também deve ter interesse em aprender, já que mudanças na área costumam ser constantes.
Para obter esses conhecimentos, o caminho mais óbvio é a busca por graduações ou cursos tecnólogos em marketing, que incluem disciplinas de gestão de negócios, economia, estatística e até matérias mais abrangentes, como sociologia e política, interessantes para entender o comportamento do consumidor. Os formados podem atuar no departamento de marketing de empresas de diversos portes e segmentos.
Conclusão sobre a origem do marketing
Seja por meio dos escambos nas civilizações antigas, a rudimentar impressora de Gutenberg, a Revolução Industrial ou a era da internet, o ser humano sempre soube fazer marketing.
Tudo isso, claro, foi mudando à medida em que o consumidor passou a ser mais exigente diante de tantas opções no mercado.
Para facilitar a compreensão, Philip Kotler dividiu o marketing em quatro fases principais, desde o começo da industrialização até os dias atuais:
- Era da produção, voltada para produção em massa
- Era da informação, voltada para os consumidores
- Era de valores, com foco no ser humano e em sustentabilidade
- Era da revolução digital, que traz a importância de encantar os clientes no lugar de simplesmente superar as expectativas.
É importante perceber, no entanto, que essas fases não são necessariamente excludentes entre si.
Em tempos de mudanças tão profundas e rápidas, difícil é dizer quando termina uma era e começa outra.
Acredite se quiser, ainda existem empresas estagnadas na velha forma de fazer marketing com foco nas vendas.
E depois se perguntam por que seus negócios não saem do lugar.
A verdade é que o mundo está em constante evolução, e o marketing deve ser capaz não só de se adaptar às mudanças como também prevê-las.
E a sua empresa, em que patamar está? Seja qual for a sua resposta, se ainda não estiver encantando os seus clientes, não está boa o suficiente.
Aproveite para deixar seu comentário e dividir sua opinião com a gente sobre como tem feito marketing atualmente.
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